Continua a lenta agonia de um país dependente - a pedido do próprio - do automóvel. A acção combinada do fim do petróleo barato e da absoluta falta de vergonha e visão por parte dos nossos governantes ameaça paralisar o país num futuro próximo. «Paralisar o país»? Sim. Lembram-se da última greve dos camionistas em Junho de 2008? Foi uma amostra do que está para vir. Uma vez que já não temos transporte ferroviário digno desse nome os camionistas ganham um poder desproporcionado: atrás dos transportes de mercadorias vêm as distribuidoras de comida. Aqueles que acham que isso será bom para que a «Revolução aconteça» devem pensar duas vezes. Quanto mais vazia a prateleira, mais à direita a Revolução. Em 1917 (Rússia), em 1959 (Cuba) e em 1974 (Portugal) havia comida em Petrogrado, Havana e Lisboa. O que não existia era liberdade e havia o desejo de fazer regressar os soldados de uma guerra perdida (excepto em Cuba). Em 1920 (Alemanha), em 1922 (Itália) e em 1932 (Alemanha outra vez) havia liberdade mas não havia comida. Tirem as vossas conclusões e, por amor de Deus, percebam que a Direita também sabe fazer Revoluções independentemente do que dizem as vossas "Bíblias" escritas no século XIX.
Imagem: Bundesarchiv Bild 146-1971-091-20, Kapp-Putsch, Marine-Brigade Erhardt.jpg
Sem comentários:
Enviar um comentário