sexta-feira, 13 de abril de 2012

QUERO UM NOVO ALEXANDRE VI NA CADEIRA DE SÃO PEDRO!!!

Ontem tive uma discussão num café perto de minha casa com duas senhoras da vizinhança por causa da Igreja Católica, ou mais exactamente da pessoa do Papa. Defendiam elas que o próximo Papa devia ser mais como o falecido João Paulo II em vez de alguém como Bento XVI. Já ouvi esta conversa algumas vezes e teimo sempre ser preferível um idealista alemão a um místico polaco. Porém, desta vez fui mais longe e proclamei bem alto que o próximo Papa deverá ser alguém como Alexandre VI..., nascido Rodrigo Bórgia. Ao ouvirem este nome as senhoras pareceram ofendidas e a conversa acabou abruptamente.


É pena que a imagem e o sentimentalismo governe o mundo em vez da reflexão. O Papa Bórgia é um homem muito difamado mas foi ele que iniciou uma revolução artística em Roma (completada por Leão X, o primeiro Papa ateu). Preferia envenenar a queimar na fogueira e a diplomacia à guerra. Desafiou, sem medo, as grandes potências da altura e dividiu o mundo entre Portugal e Espanha (é o Papa de Tordesilhas). Promoveu a educação e a tolerância nos Estados da Igreja (milhares de judeus ibéricos encontraram refúgio em Roma) e era admirador de Leonardo da Vinci. Foi um homem muito à frente do seu tempo: certa vez, encontrando-se a recuperar de uma bebedeira colossal encarregou a filha Lucrécia de receber embaixadores e coordenar uma reunião com cardeais e outros dignatários. Este acontecimento único - e real, repito - em que uma mulher de vinte e poucos anos representou Cristo na Terra, encontra-se retratado no quadro de Frank C. Cowper que aqui vos deixo para terem uma ideia da sofisticação da Roma de 1500. Espero que no próximo conclave seja eleito outro Alexandre VI: o mundo precisa de Papas assim. Os budistas que fiquem com o misticismo.

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