quarta-feira, 11 de junho de 2008

As minhas guerras nº3

No início parecia a aurora do dia da vitória. Surpreendido por um raiar isento de dificuldades a força expedicionária conseguiu mesmo desembarcar um dia antes do previsto. E foi gloriosa a manhã: parecia a paz final, ali tão perto, despontando entre o calor da chegada do verão e a conquista sucessiva das encruzilhadas estratégicas.
Veio depois o dia seguinte; pequenas vitórias acompanharam o evoluir das horas. Chegou a tarde, sob os gritos da multidão entrou-se na cidade aparentemente deserta de forças hostis. Seria possível tamanha facilidade?
Desabou então o céu no auge da alegria. Uma parede de artilharia irrompeu. Tão furiosa e certeira foi a salva que ainda ecoavam gritos de alegria quando se percebeu que a fortuna virara já as costas aos até aí vitoriosos soldados. E num segundo, como em tantas outras batalhas, o cruel deus da guerra, transformou a felicidade em debandada.
Restou fugir para as colinas junto à praia. Cavar lamacentos buracos e esperar, uma vez mais, a eterna guerra de atrito que a campanha pretendia acabar.
Que sucedeu? Que beijo roubado a que citadina despoletou as iras? Que funesto acontecimento transformou esta campanha num novo Gallipoli?

Sem comentários: