sexta-feira, 13 de junho de 2008

O maior espectáculo do mundo

Folheava já o Livro do Dessassossego, sintoma de que algo vai mal comigo, quando o meu amigo T. me convida para ir ver o jogo Holanda-França a casa dele; frango e cerveja incluída. Uma coisa de homens portanto. Foi quando bastou para afastar a onda pessimista que desde a última quarta-feira me tem andado a roer (apesar da magnífica vitória da pátria). Ainda bem; Fernando Pessoa em prosa é demasiado angustiante para abrir o fim de semana, sobretudo um fim de semana que se irá resumir a Domingo, visto amanhã ir trabalhar para a sede.
Em boa hora o fez; não só para me levantar o ânimo. O espectáculo que vi transmitido de Berna mostra claramente que o futebol é bem mais do que um desporto: é uma fiel metáfora da vida. Não só a Holanda que parece uma pintura saída das mãos de Rembrandt mas também a França, a jogar com a fúria agonizante vista em Waterloo, sabendo-se perdida mas acreditando sempre que poderia dar a volta ao resultado num rasgo brilhante.
É um desperdício, de facto, afundarmo-nos em comiseração. Até a derrota, mesmo pesada, pode ser redentora.

Morrer sim - como dizia o outro - mas devagar...

1 comentário:

Anónimo disse...

Gosto do seu Blog. Textos poéticos de direita são raros. Apenas algumas discordâncias:

"Império americano... perceber que o seu legado será porventura tão durador como o do Império Romano." — Trágico

"1920 a 1965, a época afinal que viu a América passar de grande potência da democracia ao apogeu imperial." — Negros incluídos?

"... com a sua pistola distinguindo-se para sossegar alguma dúvida que podesse haver." — EUA, o país das armas de venda livre.

"... a vida é segura na América." — Violência a cada esquina, em cada escola. Onde o Estado condena à morte.

J.S.