quarta-feira, 9 de julho de 2008

As minhas guerras nº5

Editorial do The Times de 6 de Abril de 1917
(tradução livre)

A América entrou na Guerra! Hurrah! Após três longos anos a defender o direito à felicidade na Flandres, na Itália e na Rússia, a Entente Cordiale, vê agora a galante jovem nação do outro lado do oceano aproximar-se na luta contra o Imperialismo do Kaiser.

Que laços nos uniam, era já do conhecimento dos mais avisados nas nações esclarecidas. Afinal, não falamos nós a mesma linguagem? Não temos nós o mesmo amor à liberdade, à alegria de viver e à cultura das coisas belas e interessantes?
Mesmo quando, entre nós, alguns sectores cépticos duvidavam da exequibilidade de uma aliança (dadas as circunstâncias!), aqueles que se entregaram com generosidade à causa dos Aliados, nunca perderam a esperança de ver este dia.

* * *

Mas chegados aqui urge fazer algumas considerações sinceras, sob pena de se cometer o hediondo pecado da arrogância.
Estará a guerra ganha? Não! Convençamo-nos disso! A guerra acaba quando acaba, não antes. E depois, mais importante ainda, é necessário ganhar a paz. A declaração do Congresso americano, enviada há dois dias atrás, dá-nos apenas uma maior esperança de que guerra tenha um desfecho vitorioso para o mundo livre. Mas dá-nos apenas isso.
É que como o amor, a guerra, tem as suas próprias leis. E é necessário obedecê-las.
O primeiro-ministro, Lord Ashquit, advertiu a nação esta manhã, no parlamento, de que é necessário dar tempo à América para que ela se prepare emocionalmente e sacuda de forma completa, a corrente isolacionista que a tem paralisado e tanta angústia tem causado deste lado do Atlântico.
Este não é um tempo para exaltações e pressas. O tempo dos começos é o mais delicado de todos porque é o tempo em que os equilíbrios de cada lado devem ser detectados e alinhados. Ai de quem os descura.

S.A.R. o Principe de Gales, decidiu por isso, dar um passo simbólico e, ao mesmo tempo resolutivo e demonstrativo, da nossa firme intenção de nos unirmos à América na causa comum:

Fontes seguras informam que será convidada para um jantar a dois no Palácio de Buckingham (ou em outro sítio a definir) uma famosa cidadã americana residente em Inglaterra. O nome desta não nos foi revelado (embora haja rumores bastante plausiveis) nem a data. Será, porém, em breve, assim que for oportuno para as duas partes.

A redação do The Times deseja-lhes um jantar descontraído e, acima de tudo, feliz.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olha! 6 de Abril é o meu dia de anos!

Tr.

Anónimo disse...

Livra... Que coincidência...
Confirmar s.f.f. em: http://en.wikipedia.org/wiki/April_6
N.