segunda-feira, 7 de abril de 2008

Mude-se o povo nº2

Luís Filipe Menezes terá enlouquecido? Ou será que aquela do "sulistas, elitistas e liberais" era apenas o primeiro indício público do que hoje se vê e constata mas não se acredita?
Hoje no Público li a seguinte enormidade: "Menezes promete à Madeira autonomia sem limites e uma nova constituição". Ainda segundo o Público: garantiu [...] que, "com um PSD nacional à moda da Madeira", vai derrubar o Governo de Sócrates em 2009. Mas não é tudo: também quer estender este conceito de autonomia ao resto do país (ressuscitando o nado-morto do regionalismo) e ao próprio partido: serão as bases do partido a escolher, a partir de 2009, os deputados a candidatarem-se à Assembleia da República! Imagine-se! E ninguém reage?
Estamos portanto nisto: o maior partido da oposição e - até este dia - única alternativa ao governo de Sócrates quer transformar-se numa espécie de Partido Peronista. Temo por Portugal... se este energúmeno for algum dia eleito primeiro-ministro, o nosso país afundar-se-á num Chavismo de direita.
É, sem dúvida, a atitude política ideal para enfrentar os problemas que nos esperam, a saber: colapso financeiro mundial, pico petrolífero e alimentar e crise ambiental generalizada.

***

Apesar de (quase) sempre ter votado em branco, o PSD ocupa a posição ideológica com a qual eu mais me identifico: o centro-direita. Infelizmente, já não é nada disso. Se as ideias deste senhor forem para a frente, teremos Menezes, ou outro como ele, eleito para todo o sempre; o PSD transformar-se-á então num balão de hidrogénio ao qual a mais pequena faísca fará explodir. Entenda-se: o que virá com Menezes não é pois o que mais me preocupa. É o que virá depois. A democracia só funciona com partidos fortes na oposição. Se o PS não conseguir ter um par à sua semelhança para dançar a dança do rotativismo democrático a IIª Republica terá os dias contados. E tendo em conta o que aí vem em termos mundiais não sei se nos poderemos dar ao luxo de entrar nesse periodo turbulento já sem liberdade política.
Volta Marques Mendes. Estás perdoado...

Sem comentários: